Como vcs mesmo podem obsevar esse blog é composto por 3 filosofos de teclado e cada um posta o q bem quiser... porém com todo respeito e democraia irei descordar do post abaixo publicado por meu colega de blog. Eis que vem a calhar um trabalho em q tive q fazer uma resenha crítica sobre esse tema abaixo postado. A resenha, que vou publicar na íntegra, era sobre o livro Preconceito Linguístico, onde o autor, Marcos Bagno, vai na mesma linha de pensamento contida no post em q questionamento, chegando inclusive a críticar o Prof. Pasquale Cipro Neto. Enfim, o treco onde faço a resenha além de falar do Preconceito Linguístico, fala também sobre um mito de que no Maranhão fala-se melhor português. Então ai está, é um pouco longa, mas tenham paciência:
“Aos brasileiros de todas as línguas”
Como podemos ver acima, Bagno procura desmistificar a idéia de que no Maranhão fala-se melhor o português. Com razão. É sabido que no Maranhão, como bem lembrou o autor, apenas se usa um arcaísmo do pronome tu caído no desuso da língua. E ainda: os maranhenses cometem um erro, sim um erro e não um desvio da língua padrão como observa o doutor em Língua Portuguesa, com o mesmo arcaísmo, atrelado ao pronome tu, o que reforça a desmistificação. Mito desmistificado. Ponto para o lingüista, que segue a análise afirmando não poder haver comparação entre as variedades lingüísticas, alegando serem elas, diferentes instrumentos de comunicação de diferentes populações com necessidades diferentes. Ora caro Bagno, sabemos que todas as populações têm necessidades, grosso modo, quase que idênticas e, portanto, a comparação é sim pertinente, até porque elas têm uma mesma língua padrão, isto é, diferenciam-se apenas ao entendimento e uso (ou desuso!) dessas normas formais chamadas de gramática.
Trocando em miúdos, caros leitores, existem sim variedades da língua que são melhores do que outras, pois seguem com mais rigor, ainda que com algumas falhas, a língua padrão, sendo então mais corretas. O que não podemos, e isso acerta o já referido autor de Preconceito Lingüístico, é comparar o português do Brasil com o português de Portugal, por uma razão já expressa: são dois idiomas diferentes, com regras diferentes, embora com muitas semelhanças – sendo aquele derivado desse – mas diferentes. E dentro da mesma linha de raciocínio: quem domina melhor a norma culta, em geral a alta classe (por questões obvias), tem uma variação lingüística melhor, porém, insisto, apresenta também, genericamente, imperfeições, em menor quantidade é verdade, contudo apresenta.
Ao término do trecho apresentado, Bagno magistralmente toca em uma questão fundamental, que deu título à sua obra: Preconceito Lingüístico. Todavia sutilmente peca ao afirmar que impor a norma culta dá margem ao preconceito. Não se armem contra mim caros leitores, eu explico: impor a norma culta, que, diga-se de passagem, é importantíssimo, mas isso eu falo mais a frente, não gera em si preconceito, pois este é na verdade fruto de uma questão muito mais ampla do que a língua: a sociedade. Ora, o desvio da língua é meramente uma questão social. Quando alguém se desvia da língua é porque, obviamente, desrespeitou a gramática. E quando desviamo-nos da gramática é porque não a conhecemos ou porque não sabemos fazer uso da mesma, para corrigirmos tal imperfeição, temos então que tomar conhecimento da língua, estudarmos-la e fazermos uso dela. No entanto, quem nesse país tem condição de ter acesso a um ensino no mínimo satisfatório (!)?
Fica evidente, amigos, que o preconceito lingüístico é reflexo de um preconceito entre a alta classe e a baixa classe, e não um preconceito puramente da língua como sustenta o mestre Bagno.Agora, pagar-lhes vou a dívida que fiz em outro parágrafo: temos sim que padronizar a norma culta, pois só assim acabaremos com o tal preconceito, pois, uma vez que imposta a língua, de forma eficiente, todos falarão “o mesmo português”, pelo menos em situações formais, assim haveria apenas uma língua, uniforme, não dando margem ao preconceito. E mais, imagine só se cada região do Brasil tivesse o seu português, cada uma com sua regra, como ficaria a comunicação formal entre essas regiões? Como seria escrita a lei, os documentos, os livros... Como se escreveria anúncios publicitários, os jornais e as revistas? Imagine só a Constituição Federal escrita conforme a gramática de cada região. Caros amigos leitores e mestre Bagno, a unidade da língua se faz necessária!
Como podemos ver acima, Bagno procura desmistificar a idéia de que no Maranhão fala-se melhor o português. Com razão. É sabido que no Maranhão, como bem lembrou o autor, apenas se usa um arcaísmo do pronome tu caído no desuso da língua. E ainda: os maranhenses cometem um erro, sim um erro e não um desvio da língua padrão como observa o doutor em Língua Portuguesa, com o mesmo arcaísmo, atrelado ao pronome tu, o que reforça a desmistificação. Mito desmistificado. Ponto para o lingüista, que segue a análise afirmando não poder haver comparação entre as variedades lingüísticas, alegando serem elas, diferentes instrumentos de comunicação de diferentes populações com necessidades diferentes. Ora caro Bagno, sabemos que todas as populações têm necessidades, grosso modo, quase que idênticas e, portanto, a comparação é sim pertinente, até porque elas têm uma mesma língua padrão, isto é, diferenciam-se apenas ao entendimento e uso (ou desuso!) dessas normas formais chamadas de gramática.
Trocando em miúdos, caros leitores, existem sim variedades da língua que são melhores do que outras, pois seguem com mais rigor, ainda que com algumas falhas, a língua padrão, sendo então mais corretas. O que não podemos, e isso acerta o já referido autor de Preconceito Lingüístico, é comparar o português do Brasil com o português de Portugal, por uma razão já expressa: são dois idiomas diferentes, com regras diferentes, embora com muitas semelhanças – sendo aquele derivado desse – mas diferentes. E dentro da mesma linha de raciocínio: quem domina melhor a norma culta, em geral a alta classe (por questões obvias), tem uma variação lingüística melhor, porém, insisto, apresenta também, genericamente, imperfeições, em menor quantidade é verdade, contudo apresenta.
Ao término do trecho apresentado, Bagno magistralmente toca em uma questão fundamental, que deu título à sua obra: Preconceito Lingüístico. Todavia sutilmente peca ao afirmar que impor a norma culta dá margem ao preconceito. Não se armem contra mim caros leitores, eu explico: impor a norma culta, que, diga-se de passagem, é importantíssimo, mas isso eu falo mais a frente, não gera em si preconceito, pois este é na verdade fruto de uma questão muito mais ampla do que a língua: a sociedade. Ora, o desvio da língua é meramente uma questão social. Quando alguém se desvia da língua é porque, obviamente, desrespeitou a gramática. E quando desviamo-nos da gramática é porque não a conhecemos ou porque não sabemos fazer uso da mesma, para corrigirmos tal imperfeição, temos então que tomar conhecimento da língua, estudarmos-la e fazermos uso dela. No entanto, quem nesse país tem condição de ter acesso a um ensino no mínimo satisfatório (!)?
Fica evidente, amigos, que o preconceito lingüístico é reflexo de um preconceito entre a alta classe e a baixa classe, e não um preconceito puramente da língua como sustenta o mestre Bagno.Agora, pagar-lhes vou a dívida que fiz em outro parágrafo: temos sim que padronizar a norma culta, pois só assim acabaremos com o tal preconceito, pois, uma vez que imposta a língua, de forma eficiente, todos falarão “o mesmo português”, pelo menos em situações formais, assim haveria apenas uma língua, uniforme, não dando margem ao preconceito. E mais, imagine só se cada região do Brasil tivesse o seu português, cada uma com sua regra, como ficaria a comunicação formal entre essas regiões? Como seria escrita a lei, os documentos, os livros... Como se escreveria anúncios publicitários, os jornais e as revistas? Imagine só a Constituição Federal escrita conforme a gramática de cada região. Caros amigos leitores e mestre Bagno, a unidade da língua se faz necessária!