sexta-feira, janeiro 18, 2008

पोड?

Confesso que não sou muito de assistir televisão. Assisto pouco, que se resume em alguns programas selecionados, aos quais assisto periodicamente e que juntos não enchem os dedos de uma mão. Também pudera, afinal, a “qualidade” de praticamente todas as atrações da telinha é mensurada pelo ibope e não pelo conteúdo, o que significa dizer no bom português: são umas porcarias. Infeliz cenário brasileiro (e mundial também, embora, em alguns países, ele se apresenta não tão acentuado como em nossas terras), cuja história poderia ser outra, mas como o dinheiro é o deus todo onipotente da sociedade capitalista... Mas não é precisamente sobre isso que vou discorrer. Ocorre que, em uma rara noite, hoje pra ser exato, passando o olho pela programação, me deparo com uma situação no mínimo instigante e polêmica: no programa da Luciana Gimenez (por favor, sem comentários sobre a citada e seu programa... melhor, “programa”), um debate ocorria acerca de um fato real: um promotor do Estado entrou com um processo para impedir que um transexual adotasse uma criança, alegando que essa não teria uma boa formação, haja vista que seria criada por uma família (transexual e seu companheiro) anormal, não-convencional, “um solo arenoso [infértil]”, algo duvidoso e que essa família não teria condições sociais, psicológicas e tudo mais para cria-la. Ao meu ver, é absolutamente lamentável que existam pessoas que pensem como esse promotor, que ainda afirmou não ter medo de reações de grupos gays, inquéritos, processos, etc. Para começar, ele, nem ninguém, pode definir autoritariamente o que é o normal ou o anormal, pois isso é relativo, por exemplo, pra mim, uma família normal é um grupo de pessoas ligadas entre si, que vivem em harmonia, que se preocupam uns com os outros, independente até de laços sanguíneos, e não necessariamente um homem e uma mulher com (ou até sem) filhos. Ainda, faz-se necessário um alerta para a diferença entre a palavra normal e comum. Cuidado! Depois, e isso é o principal, a moral, a condição social, a capacidade de amar e criar um filho exemplarmente, não está, sem embargos, no sexo ou na opção sexual do indivíduo, que pra mim, na grande maioria das vezes é algo inerente à vontade da pessoa. Ora, não é porque uma pessoa é homossexual que ela perde a decência, a moral, se torna inapta de educar um filho. Até penso o contrário, isto é, talvez até ajude a formação do caráter de uma criança, que tenderá a ser um adulto sem preconceitos, tolerante. E penso ainda que, há milhares de homossexuais que são e seriam melhores pais do que esse promotor, que pela atitude no caso, penso não ter dado uma boa formação aos seus filhos, se é que ele os tem. “A chave para um mundo melhor é a tolerância entre os sexos, as opções, os credos, as raças, as nacionalidades ou quaisquer outras coisas que venham a ameaçar a coexistência em harmonia”. Só pra terminar, o promotor ainda disse que o que ele fez (entrar na justiça com o processo) não foi, de modo algum, um ato de discriminação ou preconceito. Pode?

3 comentários:

O rapaz dos quadrinhos disse...

abrangente esse assunto
espero q seu sono chegue logo

Bruno Santos disse...

não tão abrangente e vago quanto o seu comentário, meu caro...

A N D disse...

Vi em um jornal sobre esse caso não me inteirei muito sobre o assunto mas discordo e concordo com o promotor.
Bom discordo da forma pela qual ele falou "Anormal" entre outras coisas mas concordo com o ao dele pois não que os dois ou qualquer outro casal homossexual não tenha condições financeiras ou psicológicas de cuidar de uma criança no geral tem até mais condições do que um casal não homossexual o problema aparece quando a criança esta se formando quando deixa de ser criança e começa a se tornar adolescente e por ai vai nessa hora com certeza na sociedade em que vivemos essa criança vai ser prejudicada de muitas formas e é por isso que concordo com a atitude do juiz, deixo claro que discordo de todos as outras "restrições" a homossexuais que existem(igreja principalmente) mas no caso de uma criança a situação é muito complicada pois sempre que esse assunto vem a tona se preocupam muito mais com outras coisas do que com a criança.